1939
Gilda Marta de Vasconcelos Vicente Barbosa
Nasceu no centro histórico da cidade a 10 de setembro de 1939.
Fez a instrução primária em casa, no rés-do-chão do sobrado, onde reside atualmente, com a mãe. Fez os estudos liceais em S.Vicente (Gil Eanes). Licenciada em ciências matemáticas e curso de ciências pedagógicas pela Universidade de Coimbra (Portugal). Lecionou no Liceu Gil Eanes (Português e Francês) e durante 5 anos no liceu Adriano Moreira (Praia). Depois de um curto interregno e porque não encontrou vaga no referido estabelecimento, o Bispo D. José Colaço convidou-lhe para lecionar no seminário, sendo assim a 1ª mulher a lecionar no seminário.
Em 1974 regressa ao Liceu, foi professora de figuras destacadas de Cabo Verde, como o ex- primeiro ministro, Carlos Veiga, o ex-ministro, José Tomas e do antigo presidente da Câmara de São Filipe, Eugénio Veiga.
Em 1982 assumiu a presidência, durante 15 anos, da Cáritas. Acompanhou Bispo em várias missões, foi responsável da comissão da coordenação que recebeu o Papa João Paulo II em 1990.
Visitou várias vezes a Roma e foi recebida pelo Papa, como membro do conselho pontifício, justiça e paz. É colunista assídua do jornal Terra Nova.

1934
Pedro Verona Rodrigues Pires
Pedro Pires foi Primeiro Ministro de Cabo Verde de 1975 a 1990 e Presidente da República de 22 de março de 2001 a 9 de setembro de 2011.
Frequentou a Universidade de Lisboa e, foi lá que encontrou os futuros líderes dos movimentos de libertação que lutaram pela independência das colónias portuguesas. Com o início da luta armada em Angola (1961), partiu de Portugal para a Guiné-Bissau, e ali ficou até à Revolução dos Cravos (25 de abril de 1974) na luta pela independência de Cabo Verde.
Depois do 25 de abril foi o representante de Cabo Verde nas negociações com Portugal. Depois da Declaração de Independência de Cabo Verde em 5 de julho de 1975, Pedro Pires foi designado Primeiro Ministro do Primeiro Governo da República de Cabo Verde, ao lado do Presidente Aristides Pereira, que tinha fundado o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) com Amílcar Cabral. Pedro Pires manteve-se no cargo de Primeiro Ministro até 1991. A 31 de janeiro de 1986, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, de Portugal. Em 2001 foi eleito Presidente da República de Cabo Verde sucedendo António Mascarenhas Monteiro, na presidência.
Foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal a 22 de abril de 2002, e com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, Brasil a 11 de outubro de 2006. Recebeu, também, o prémio de boa governança, Mo Ibraihim. Atualmente é Presidente do Instituto Pedro Pires – IPP.

1929-2018
Padre Camilo Torassa
Nasceu em Itália a 17 de outubro de 1929, entrou para os Capuchinhos aos 18 anos (1947). A 21 de fevereiro de 1954 ordenou sacerdote e em dezembro do mesmo ano apresentou aos superiores o pedido para vir trabalhar em Cabo Verde. Faleceu na cidade de São Filipe a 10 de agosto de 2018, no lar Madre Tereza de Calcutá.
Passou mais três anos em Itália como professor no seminário e dois anos em Portugal. A 30 de janeiro de 1960 desembarcou em São Vicente para depois rumar à  ilha do Fogo. Passou dois anos em São Lourenço, antes de assumir a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, onde permaneceu durante 31 anos (setembro de 1961 a julho de 1992). Foi tmabém pároco de Santa Catarina. Além do trabalho espiritual, Padre Camilo realizou um conjunto de ações que contribuíram para a formação de várias gerações e das quais destacam-se a construção da Escola ou Casa Materna (1966/67), onde funcionou o primeiro jardim infantil, escola primária e onde nasceu a primeira escola secundária da ilha, o centro catequético João Paulo II, as capelas de Cabeça Monte, Monte Largo, Chã das Caldeiras.
Depois do Fogo foi para São Vicente como pároco (1992), Brava a partir de 2002, voltando para a ilha do Fogo para passar os últimos dias nas instalações do lar de idoso Madre Teresa de Calcutá. 

1926-2018
Rolando Lima Barber “Senhor Zuca”
Natural da Cidade da Praia, Senhor Zuca como era tratado por todos, viveu em São Filipe, onde trabalhou no hospital durante mais de 40 anos. Simples na forma de relacionar, Senhor Zuca fez estudos primários na Praia, Santa Catarina e liceu de São Vicente. Frequentou a escola de artes e ofícios do Estado onde aprendeu a profissão de marceneiro/carpinteiro e foi um dos carpinteiros que construiu a igreja do Nazareno da Praia. No ano de 1949 frequentou a escola de enfermagem da Praia, tendo, após concluir a formação, trabalhado no hospital da Praia, passando depois para São Nicolau, Boavista e por último, Fogo (1964). Graças a simpatia que granjeou durante os anos, aquando da Independência Nacional, foi escolhido como delegado do Governo, cargo que desempenhou durante 10 anos. A construção de escola, jardim infantil, estádio 5 de julho, pediatria, unidades sanitárias de base, delegação do atual ministério da agricultura, hotel xaguate e aeródromo, são algumas das marcas dele.
Foi deputado da nação, segundo secretário da Assembleia Nacional e chefiou uma delegação parlamentar que visitou a então União Soviética. Como delegado do governo visitou Alemanha, Açores. Foi delegado da Empa.

Como desportista representou as cores do Boavista, Nazarenos e Rapid (Praia). Foi fundador do Clube Ribeira Brava (São Nicolau), Sporting Club da Boavista e do Botafogo, que como treinador foi campeão de Cabo Verde na época 79/80. 

1919-2005
Henrique Teixeira de Sousa
Médico e escritor que melhor retratou a sociedade Foguense, nasceu na localidade de Bernardo Gomes, no dia 6 de setembro do ano de 1919, na ilha do Fogo. Fez os estudos primários n ailha do Fogo e estudos liceais em São Vicente. Em 1945 licenciou-se em medicina pela Universidade de Lisboa (Portugal) e diplomado com cursos do Instituto de Medicina Tropical e de Medicina Sanitária na Universidade de Porto. Quadro de Saúde, foi colocado em Timor e em 1948 foi colocado na sua ilha, onde desempenhou a função de Delegado de Saúde. Construiu a maternidade do hospital e fez o 1º recenseamento e tratamento dos doentes da lepra, que fez internar em local próprio, criando os alicerces da Gafaria, mais tarde Casa Betânia. De 1955-1956 frequentou o II curso de formação de médicos nutricionistas para África a Sul do Sará, em Marselha, França, com estágio no hospital Bichat e no Instituto de Higiene de Paris.
Foi médico adjunto da missão permanente de estudo e combate de endemias de Cabo Verde e Presidente da Comissão de Nutrição do arquipélago e os seus méritos foram reconhecidos a nível internacional e a Societé Scientifque d´Higiene Alimentaire de Paris fez do médico e escritor seu membro titular.
De regresso a Cabo Verde, fixa-se em São Vicente, tendo sido Presidente da Câmara de 1959 a 1965.
Enquanto escritor, além de participar nas revistas e jornais da época, como Claridade e Boletim de Cabo Verde, Teixeira de Sousa foi autor de vários contos e romances, dos quais se destacam Contra Mar e Vento e Ilhéu de Contenda, esta última obra adaptada para o cinema, pelo realizador Leão Lopes. Contra Mar e Vento (conto 1972), Ilhéu de Contenda (1978), Capitão de Mar e Terra (1984), Xaguate (1987), Djunga (1990), Na Ribeira de Deus (1992), Entre Duas Bandeiras (1994), Oh! Mar de Túrbidas Vagas (2005), isto sem contar com diversos textos e ensaios publicados em diferentes revistas e jornais.
Faleceu a 3 de Marco de 2005 em Portugal, vítima de acidente de viação.

1916-2003
Luís Rendall
Natural de São Vicente, onde nasceu em 1916, Luís Rendall chegou ao Fogo em 1936/37, na altura em que o administrador do concelho era Agnelo Adolfo Avelino Henriques. Casou-se com a filha do armador, Henrique Mendes, dono do palhabote Ernestina.
Desempenhou funções de Presidência da Câmara, Jurado Municipal, Saga (Serviço de Abastecimento de Géneros Alimentícios), obras públicas, setor florestal e agrícola, instrução e registo civil.
Dirigiu várias obras de infraestruturação da Cidade e da Ilha, como apetrechamento da Central Elevatória de água de Praia Ladrão, rede de distribuição de água, construção de uma enfermaria nos Mosteiros, construção do parque no Presídio, de entre outras.
Na erupção de 1951, com espírito de heroísmo, comandou a evacuação da população e mandou construir o bairro de Roçadas, a 20 quilómetros de São Filipe, aproximadamente, que foi inaugurado pelo Governador de Cabo Verde, o major e médico Carlos Alberto Alves Roçadas. Também inaugurou a maternidade do hospital de São Filipe, mandado construir pelo delegado de saúde de então, o medico e escritor Henrique Teixeira de Sousa, compatriota de Luís Rendall no Liceu Infante D. Henrique.
Em 1961 deixou o Fogo para São Vicente, onde exerceu a função de administrador do concelho e depois para Angola no posto de Intendente e mais tarde promovido ao posto de Inspetor Administrativo.
Foi o primeiro Presidente do Tribunal de Contas de Cabo Verde (1990), instituição que ajudou a montar.
Membro ativo do grupo Sokols – falcões portugueses em Cabo Verde – organização cívica e desportiva fundada nos anos de 1930 por Júlio Bento de Oliveira.
Luís Rendall destacou como desportista (futebolista) e era referenciado como um defesa de pontapé vigoroso. Morreu vítima de acidente de viação na Cidade do Mindelo no ano de 2003.

1907-1981
António José do Rosário
Mais conhecido por Ntone Rosário, nasceu na Vila piscatória de Ribeira da Barca, Santa Catarina, a 20 de fevereiro de 1907 e faleceu a 14 de maio de 1981 na cidade de São Filipe.
Até os 18 anos trabalhou em vários ofícios e só frequentou a escola aos 18 anos, apoiado pelo Padre Miguel. Era dotado de uma grande inteligência e em dois anos concluiu a instrução primária, o que lhe permitiu integrar o quadro das Finanças como fiscal adjunto de impostos. Em 1928 casou-se com Inês Barros do Rosário da Silva, “Nhá Mamá”.
Trabalhou nas finanças até 1942, altura em que se dedicou ao comércio por conta própria. Em 1952 vende parte da propriedade para custear as despesas com os estudos dos filhos, por considerar a educação como fundamental para o desenvolvimento do ser humano.
Voltou a trabalhar na Função Pública como chefe de Brigada de Estradas até 1975. Ajudou a montar os serviços administrativos do antigo MDR e da delegação de Enacol em São Filipe.

1905-1988
António Barbosa Carreira – Historiador e Etnólogo


Nasceu a 28 de outubro de 1905, filho de António Carreira e Isaura Barbosa. Faleceu em Portugal a 22 de abril de 1988. Órfão de mãe, aos 2 anos, e de pai, aos 7 anos, passou a viver com os tios em Portugal e mais tarde em Bissau (Guiné-Bissau), como funcionário dos Correios e do quadro administrativo.
Etnólogo e autodidata, realçou a história de Cabo Verde. Viajou para diferentes países recolhendo informações para obras escritas sobre Cabo Verde e participou em reuniões sobre antropologia cultural ou sociológica. Em 1962 integrou a equipa do Professor Jorge Dias no centro de estudos de antropologia cultural e de 1964 a 1973 realizou 11 viagens de estudos e prospeção de objetos destinados ao museu de etnologia.
Participou na conferência dos Africanistas ocidentais, no 1º congresso nacional de Sertanismo (Brasil 1964) e na internacional sobre tráfico negreiro em Port-au-prince (Haiti – 1978) a convite da Unesco. Bolseiro do governo Brasileiro, estagiou no departamento de antropologia da Universidade Federal da Bahia (Salvador) e Recife (1967).
Exerceu funções de professor convidado na faculdade de ciências sociais e humanas da universidade Nova de Lisboa (1976/77 e 1977/78) e nos anos 80 era um historiador consagrado em Portugal e no estrangeiro.
De entre as várias obras publicadas sobre Cabo Verde, destacam-se “As Crises em Cabo Verde nos séculos XVI e XVII”, “A Guiné e as ilhas de Cabo Verde, a sua unidade histórica e populacional”, “A Evolução demográfica de Cabo Verde”, “Crioulo de Cabo Verde”, “documento para a história de Cabo Verde e dos rios da Guiné, “Formação e extinção de uma sociedade escravocrata”.
Em 1994, seis anos depois da sua morte, os restos mortais foram transladados para o cemitério da Cidade de São Filipe, por iniciativa do governo Cabo-verdiano que lhe ofereceu um lugar digno em sinal de reconhecimento pela sua contribuição para a história das ilhas.

1890-1942
Pedro Monteiro Cardoso
Escritor Cabo-verdiano, nascido a 14 de setembro de 1890, na Ilha do Fogo, e falecido em 31 de outubro de 1942, na Cidade da Praia. Aluno do antigo Seminário Liceu de São Nicolau, foi funcionário das Alfândegas, professor do ensino primário e do liceu, chefe de redação do jornal A Voz de Cabo Verde e editor do jornal Manduco. Salientou-se no jornalismo ao defender os interesses sociais, políticos e económicos de Cabo Verde.
Publicou Folclore Cabo-Verdiano (1933), Pelos Direitos do Crioulo (1933) e Profissão de Fé (1934), uma série de sonetos e redondilhas. Dirigiu o jornal Manduco e colaborou na Voz de Cabo Verde onde publicou cerca de 33 crónicas de intervenção cívica e política, publicadas em 37 números do jornal.
Foi fundador, proprietário, diretor e editor do jornal O Manduco (Fogo, 1923-1924) e, juntamente com João Lopes (São Nicolau, 1884-1979), foi responsável pelo jornal Socialista, tendo colaborado em vários outros jornais cabo-verdianos e portugueses.
Pedro Cardoso tem ainda publicado os seguintes livros: Primícias (Lisboa, 1908); Caboverdeanas (Lisboa, 1915), Jardim das Hespérides (Vila Nova de Famalicão, 1926), Duas Canções (Lisboa, 1927); Algas e Corais (Vila Nova de Famalicão, 1928); Hespérides. Fragmentos de um poema perdido em triste e miserando naufrágio (Vila Nova de Famalicão, 1930); Folclore Caboverdeano (Porto, 1933); Conferência no “Teatro Virgínia Vitorino” (Praia), em 30 de Dezembro 1933 (Porto, 1934); Cadernos Luso-Caboverdianos. 3 volumes: (1) E mi que ê lha’r Fogo (Fogo, 1941), (2) Ritmos de Morna (Praia, 1942), (3) Sem Tom Nem Som (Praia, 1942); e Lírios e Cravos (Ermesinde, 1951). Por Decreto Presidencial N.º 3/95, de 2 de Fevereiro, Pedro Monteiro Cardoso foi agraciado, a título póstumo, com o Segundo Grau da Ordem do Dragoeiro.

1890-1963
Nhô Aníbal
Aníbal Adolfo Avelino Henriques, nasceu em 1890 e faleceu a 17 de dezembro de 1963, aos 73 anos. Figura controversa, social e politicamente. Crítico, sempre se posicionou contra os poderes constituídos e a estratificação social vigente, embora nunca se tenha abdicado do seu “status”.
Politicamente era antissalazarista e apoiou a lista dos Generais Norton de Matos e Humberto Delgado e manifestou-se uma vez que “só não queria morrer sem assistir à queda deste regime”, o que não se concretizou.
Socialmente era revolucionário assumido em prol da abolição dos preconceitos raciais.
Em 1917 funda o grupo de Sete Estrelos que desenterrou a bandeira de São Filipe e convidou populares e pessoas do interior a participarem das festas. Formou o grupo desportivo Luso, integrado por pessoas “ditas” de 2ª e 3ª sociedades, rival de Onze Estrelas, formada por elite da Vila. Fundou o grupo feminino Bem-Académica, adversário do grupo estilista feminina “Estrelas Unidas”.
Comerciante, proprietário, poeta e dramaturgo. Tinha duas características, espírito de humor e o seu génio irascível. Seus alvos eram autoridades oficiais, governadores e administradores. Escreveu várias composições que ainda são célebres na ilha, como “grandeza di Djarfogo”. Muitas pessoas da época insinuavam que Nhô Aníbal era o autor dos versos cantados pelo trovador, Príncipe de Ximento (Chimento). As peças teatrais e versos sarcásticos escritos, levou o escritor Baltazar Lopes a apelidar-lhe de “Gil Vicente do Fogo”.

1888-1975
Fortunato Gomes de Pina “Nhô Tuntum”
Nasceu em 1888, casou-se com Maria Martina Avelino de Pina a 8 de janeiro de 1923. Aos 20 anos emigrou para os Estados Unidos da América e no regresso investiu a sua economia no comércio e na construção do emblemático sobrado na zona de Bila Baxu, perto de mercado, no ano de 1925. Faleceu a 18 abril de 1975, ainda antes da Independência Nacional.
Como comerciante importava de Portugal, país para onde exportava, sobretudo sementes de purgueira e de rícino, usados no fabrico de sabão. No ano de 1948 comprou Madalan, um iate de 375 toneladas construído na Itália, no ano de 1928. Era um barco emblemático da época. Foi também um dos primeiros a adquirir viaturas a nível da ilha, no ano de 1935.

1886-1965
Abílio Macedo
Nasceu no dia 3 de abril do ano de 1886 na parte histórica da Cidade (Bila Baxu) na casa de Nhá Candjana. Filho de João Monteiro de Macedo “Nené di Djoca” e de D. Ana Júlia Barbosa de Macedo (Nica de Nené), filha de Joaquim Vieira Botelho da Costa, natural de Lisboa e que foi administrador do concelho e diretor da alfandega de São Vicente.
O Pai era metódico, nos trabalhos de lavoura e nas actividades comerciais. Foi um dos iniciadores da corrente de emigração para o Novo Mundo (EUA) juntamente com o seu amigo, o benemérito Júlio José Maria Feijóo da Ilha da Brava. Abílio Macedo, formado na área comercial, foi um conhecedor profundo da realidade da ilha do Fogo e foi devido a sua influência politica que a 12 julho de 1922, a então Vila (Bila) ascendeu à categoria de Cidade. Foi administrador do Concelho da Praia, onde de entre várias obras emblemáticas, mandou edificar durante a sua administração o mercado municipal e a praça Alexandre Albuquerque.
Abílio foi comerciante, proprietário agrícola, armador, industrial, fundador e proprietário do jornal “A voz de Cabo Verde”.
O médico e escritor Foguense Teixeira de Sousa descreveu Abílio Macedo como um Cabo-verdiano empreendedor e amantíssimo do seu país, que viveu períodos afortunados e catastróficos, mas que soube enfrentar com coragem e serenidade todas as dificuldades.
O administrador do então Concelho do Fogo, Luís Silva Rendall classificou Abílio Macedo como homem extraordinariamente dotado, de inteligência viva e lúcida, capacidade diversificada de iniciativa, de ação e trabalho, permitindo-lhe lutar com persistência e superar sérias dificuldades de que a sua longa vida foi fértil.
Abílio Macedo que nos anos de crise em que muita gente morria de fome, denunciou, juntamente com António Avelino Henriques e Manuel Ferreira, a situação, pedindo a intervenção dos Estados Unidos da América, foi condenado e chegou a estar preso na colonial penal de Tarrafal de Santiago. 

1886-1982
Agnelo Adolfo Avelino Henriques
Nasceu na cidade de São Filipe em 1886 e faleceu em junho de 1982 aos 96 anos.
Habilitado com o curso de ultramar, foi administrador do concelho de 1930 a 1937, sendo sucessor de Marino Barbosa Vicente. Foi o primeiro correspondente do Banco Nacional Ultramarino, BNU, que funcionava na sua residência.
Condenado pelo governo português por ter solicitado apoio dos emigrantes nos Estados Unidos da América para fazer face ao período de fome, esteve preso em 1943 no Fortim D’el-rei em São Vicente. O seu irmão António Avelino Henriques foi degredado para São Tomé e Príncipe e Abílio Macedo foi enviado para Tarrafal.
Coproprietário do terreno de Monte Queimado, cujo café (Moka) foi distinguido com medalha de ouro em 1934, depois de em 1932 ter participado na exposição colonial no Porto.
Proprietário da casa comercial “Agnus”, do sobrado que deu origem a hotel Savana, foi também agente da Shell. Foi condecorado pelo governo português pelo relevante trabalho prestado.

1880-1970
Henrique José Mendes
Nasceu no dia 20 de janeiro de 1880 e faleceu na ilha do Fogo a 09 de outubro de 1970, aos 90 anos, filho de Carlota Freitas Almeida e José Mendes, português de origem algarvia. Aos 14 anos   emigrou para os Estados Unidos da América, num dos baleeiros. Foi um armador e marinheiro de excelência (capitão), dono do muito conhecido “Scooner” Ernestina, que fazia carreira para a América. Um apaixonado pelo mar, foi proprietário de sete palhabotes, onde se destacam Ernestina e Arnaldo.
Como capitão fez, por várias vezes, a travessia do oceano Atlântico, ligando as ilhas de Cabo Verde e os Estados Unidos da América. Muito conhecido nas ilhas do Fogo e da Brava, sobretudo nesta última, Henrique José Mendes levou muitas pessoas das duas ilhas para os Estados Unidos da América.

1874-1958
Marino Barbosa Vicente
Nasceu na Cidade de São Filipe a 3 de março de 1874, casou a 30 de junho de 1902 com Ana Maria Benedita Monteiro de Vasconcelos e faleceu a 10 de novembro de 1958.
Frequentou o Seminário Liceu de São Nicolau até meados de 1891, e aos 17 anos deslocou-se a Guiné-Bissau (Bolama), onde trabalhou no comércio com um tio. Teve uma ligeira passagem pela Casa Blanchard e depois, no ano de 1894 começou a atividade comercial por conta própria em Bindôr e depois Bissau.
Foi nomeado administrador substituto do Concelho do Fogo em 31 de julho de 1924 e depois definitivo a 19 de setembro de 1929, tendo permanecido no cargo até 16 de março de 1930.

1866-1957
ANA JOSÉ RODRIGUES – Ana Procópio
Nasceu na ilha do Fogo a 22 de Abril de 1866 e faleceu aos 91 anos de idade, a 30 de Maio de 1957.
Ana Procópio é uma das referencias culturais de destaque, não só do município de São Filipe, como de toda a ilha do Fogo. Ela é a mais afamada e conhecida cantadeira da historia da ilha do Fogo, no género de kurkutisan ou rafodjo. Com grande capacidade de improvisar e de variar os ritmos das suas cantigas e dotada de uma habilidade criativa inigualável, fez de Ana Procópio a referência entre as cantadeiras da ilha. Apesar de ter falecida há mais de seis décadas os cantares de Ana Procópio continuam atuais, tornando-a uma lenda viva e uma figura sempre presente no domínio cultural da ilha.
O jornalista Félix Monteiro, que debruçou sobre a cultura da ilha do Fogo, publicou, em Dezembro de 1960, na Revista Claridade, um artigo intitulado “Cantigas de Ana Procópio”, sendo o registo mais completo que se conhece sobre a grande cantadeira da ilha do Fogo. Ana Procópio fez história, como expoente do Kurkutisan, um género musical típico do Fogo, também apelidado de Rafodjo ou Rodriga. São cantigas improvisadas em bailes populares.

1842-1895
João Baptista Vieira de Vasconcelos
Terceiro Administrador do Fogo, agraciado com o título de Comendador.
Nasceu na Cidade de São Filipe no ano de 1842 e faleceu em 1895. Desempenhou as funções do administrador do Concelho, por duas vezes. A primeira entre 1876 a 1889, substituindo o pai, José Joaquim Vieira de Vasconcelos e a segunda, de 1889 a 1895.
Vieira de Vasconcelos foi o terceiro administrador do Fogo e graças ao seu desempenho e contributo foi agraciado com o titulo de Comendador e a rua onde nasceu o historiador António Carreira tinha o nome de Comendador Vieira de Vasconcelos.
No seu reinado foi construído, possivelmente, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e posto aduaneiro da Praia da Nossa Senhora. Casou pela primeira vez com Ana Júlia Gomes Barbosa e depois da morte da esposa, casou pela segunda vez com Maria Fidalga Sacramento Monteiro Vasconcelos.

1836-1900
Armand Montrond
Originário de uma família aristocrata da região de “Lyon” (França), nascido por volta de 1836 e frequentou o terceiro ano de medicina.  Chegou a Cabo Verde no ano de 1872 e faleceu no ano de 1900. Homem afortunado, culto e de boa família, a sua vinda ao Fogo, foi rodeada de mistério. Para uns terá refugiado, depois de participar na revolução de 1848, para outros, para fugir da justiça Francesa.
Antes de Cabo Verde, Montrond passou por Lisboa, a preparar a viagem, e embarcou a bordo de um barco com destino a América do Sul, África do Sul. Os barcos das linhas inglesas escalaram o Porto Grande, em São Vicente, para reabastecer de água e de carvão, terá ficado nesta ilha e depois deslocou-se à ilha do Fogo, não se sabe ao certo por que razão. Armand Montrond comprou terras na parte central e montanhosa da ilha e cultivou, café, laranjas, vinha (desenvolveu o fabrico de vinho) e introduziu feijão congo na ilha. Destacou-se na captação de sistema de adução de água na zona de Ribeira Ilhéu e com a sua formação, mas sem equipamentos e medicamento curou muitas doenças devido ao bom conhecimento das plantas medicinais.

1804-1883
José Joaquim Vieira de Vasconcelos
Nasceu em 1804 e faleceu no dia 12 de março de 1883. Cavaleiro da Ordem da Nossa Senhora da Conceição da Vila Viçosa e administrador do Concelho do Fogo (duas vezes, primeiro de 1843 a 1853 e o segundo de 16 de maio de 1869 a 20 de janeiro de 1876).

1745-1822
JOSÉ LOURENÇO DA SILVA
Nasceu, por volta de 1745, em Portugal, casou com Maria do Monte Fortunata da Fonseca Mendes Rosado a 25 de fevereiro de 1787 em São Filipe, ilha do Fogo, Cabo Verde e faleceu na ilha do Fogo em 1822.
Patente militar: Sargento-Mor (1808) depois, Capitão-Mor do Fogo (anterior a 1816) e por volta de 1816 tinha patente de Coronel. Foi eleito deputado às Cortes, em março de 1822, conforme o teor do parecer da Comissão de Poderes. “O Sr. Rodrigo Ferreira leu o Parecer da Comissão de Poderes com que se aprovava e legalizara o Diploma do Sr. Deputado pelas illhas de Cabo Verde, o Coronel de Milicias, José Lourenço da Silva, remetendo-se ao Governo a devassa, a que procedeu o Ouvidor das mesmas illhas, por alguns disturbios ocorridos na eleição”.
José Lourenço da Silva, segundo marido de Maria do Monte Fortunata da Fonseca Mendes Rosado, foi eleito deputado às Cortes Constituintes pelo círculo de Sotavento da província de Cabo Verde. Fez a sua mais importante intervenção na sessão de 27 de março de 1822, num tom contundente. Votou a primeira constituição portuguesa, figurando a sua assinatura ao lado da de Manuel António Martins, o outro deputado eleito pelo arquipélago, e de alguns dos grandes nomes dos primórdios do liberalismo português. Foi no Convento, depois, Paços das Necessidades (Lisboa), onde se reuniram às Cortes Gerais e Constituintes em 1821 e 1822. 

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